segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Não dê close para a LGBTfobia.

A violência contra as pessoas com orientação sexual fora da heterosexualidade é gritante no Brasil, por isso se faz necessário explicitar a importante luta e um pouco do sofrimento da comunidade.
O Brasil é o país que mais mata LGBTs no mundo. Segundo um levantamento do grupo gay da Bahia, em 2017, foram 445 mortes de pessoas LGBTs no Brasil. Esse levantamento revela que em geral esses crimes que ficam sem punição. A cada 19 horas, um LGBT+ é assassinado ou se suicida vítima da “LGBTfobia”. É enorme o preconceito, a homofobia, o ódio que alguns héteros, em geral, sentem pela comunidade LGBT+.
É uma luta que vamos avançando a cada dia, mas que está longe de ser acabada.
Eu sou Gay, tenho orgulho de ser quem sou, independente de tudo e todos.
Uma pessoa que é hétero(a)  não precisa dizer que é para a família, já o homem gay, a mulher lésbica, os transgêneros, travestis… Ele(a) tem que dizer o que “é” para a família, pois vem a cobrança familiar.
Para algumas pessoas é uma loucura, doença. O hétero não escolheu ser hétero, o gay não escolheu ser também.
Às vezes, pessoas da comunidade saem na rua com medo dos homofóbicos, de serem mortos ou apedrejados. Houve casos em 2017, na minha cidade Fortaleza/CE, de travestis serem mortas cruelmente. A que ponto o ser humano pode chegar! Pessoas desse tipo, para mim, não deveriam ser chamadas de seres humanos, de tão asquerosas que são.
Mas por tudo isso, vencemos a cada dia um novo obstáculo. Aos poucos vamos quebrando esse tabu, as regras que alguns impõem.
O empoderamento da comunidade LGBT+ vem crescendo a cada dia e que continue assim.
Nossos corpos, nossas regras!

José Mateus de Araújo Silva. 8° ano A - Tarde.

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Depressão.

Há quem diga que depressão é “frescura”, eu já discordo plenamente, pois é por meio dela que muitas pessoas perdem a vida. Os motivos que levam pessoas à depressão variam de pessoa para pessoa como: perda de entes queridos, desilusão amorosa... Mas os sintomas são semelhantes.
Para se dizer que uma pessoa é depressiva é necessário um diagnóstico médico, mas, por meio da internet, são publicados, por especialistas, alguns sintomas, tais como: baixa autoestima, variação de humor, pensamentos suicidas, perda ou ganho de peso, sonolência, etc.
Muitas pessoas mutilam o corpo e tentam se suicidar pensando que essa atitude irá aliviar os motivos de sua solidão, raiva, tristeza, seu desejo de por um fim na sua vida.
Depressão é uma doença psicológica muito perigosa. Pessoas que são rejeitadas, vítimas de preconceito, LGBT+, com fobias, são pessoas frágeis que estão às vezes à beira da depressão.
Há pessoas que falam: “Isso é besteira”, “frescura”, “falta disso ou daquilo”. Muitas pessoas olham para mim e veem um sorriso no meu rosto, mas não veem minhas lágrimas, meu choro preso e abafado pela madrugada e ainda falam como se eu quisesse a morte. “Ele é assim, assado”.
Existe um ditado muito sábio que diz assim: “Vida boa é a dos outros”. Sabe por quê? Não vemos suas lágrimas, não sabemos o que ele (a) sofre, o que ele (a) vive. Um sorriso no rosto, uma pessoa alegre não significa dizer que a pessoa tenha uma vida “fácil”.
Portanto, depressão é uma doença que tem cura e precisa ser tratada.

José Mateus do Araújo Silva. 8 A – Tarde.

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Carta Suicida

Eu sei que a decisão que tomei foi errada, não devia ter feito isso. Eu não queria ter feito isso, mas eu já não tinha escolhas. Já não aguentava mais ficar nesse mundo onde há tanta violência, sofrimento, falsidade. Um mundo em que pessoas impõem padrões, humilham, rejeitam e abusam.
É tudo tão doloroso de se ver, mas parece que ninguém se importa. Porém, não aguentava mais. Eu sofria tanto e ninguém percebia. Quantas vezes eu chorei no meu quarto, enquanto a minha família ria na sala?  Quantas vezes eu me cortei para aliviar a minha dor? Só que ninguém se importava.
Todos diziam que era só para chamar atenção. Malditos, malditos só se importavam com eles mesmos. Viam uma pessoa chorando, de cabeça baixa e diziam que era só uma tristeza passageira. Como se tristeza não fosse algo importante, como se não precisasse de atenção.
Eu fui morrendo aos poucos, durante três anos, sem ninguém perceber, sem ninguém se importar. Será que alguém vai sentir minha falta? Qual será a reação da minha mãe ao me ver morta? Ao sentir o meu corpo gelado?
Eu só quero fazer um pedido a vocês! Quando vocês virem alguém triste, chorando, de cabeça baixa, aproxime-se e dê uma palavra de consolo. Ajude-a porque depressão não é brincadeira. Não negue ajuda a quem precisa, por favor. E quando vocês lembrarem de mim, lembrem-se da verdadeira Yasmin, porque aquela garota feliz era uma total mentira.
P. S. Esse texto é baseado na carta de Thalia Mendes Medeiros.  

Yasmin Ingrid Silva Ferreira, 8º C - manhã

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Uma sombra que não é minha.

As crianças são seres extraordinários, sempre nos despertam para o novo.
Recentemente me deparei com um vídeo em que uma garotinha se espantava com
sua própria sombra. O espanto socrático nunca foi levado tão a sério como por
essas criaturas. Tal fato nos revela como o espanto não se limita aquilo que nos é
externo, ele também se produz com tudo o que é projetado por nosso corpo. Parece
que as coisas que emanam de nosso corpo não são produto de nossa consciência,
daí o espanto. Na verdade não podemos nos surpreender com aquilo que nos
pertence, que temos o controle de criação. Nos espantamos sim (!), com o
desconhecido, com o fabuloso ou o estranho.
A criança se espanta com o novo. O que ela admira não é a última novidade
em modelo de celular, antes é a existência do aparelho de comunicação a distância,
é a invenção do “celular” e não o seu tipo ou marca. O que ela produz brincando
não lhe espanta, mas ela traz para dentro de seu jogo todos os objetos de sua
admiração.
Para surgir o espanto faz-se necessário a distância. Enquanto escrevo esse
texto ele é coisa minha, outras vezes não. Com a distância temporal nos
espantamos com aquilo que produzimos, se torna algo alheio, pertencente ao
mundo, detentor de vida própria. O espanto é o reconhecimento do Ser que não
está em nós, é o vislumbramento da superioridade da vida que não nos pertence, é
o despertar de todas as coisas em sua magnitude. A criança se espanta com a vida
do Ser.

Professor de religião Paulo Victor de Albuquerque Silva